segunda-feira, 31 de maio de 2010

Eu não ia escrever sobre casamento - Postagem Temática

Eu queria realmente ter escrito sobre esta temática do Postagem Temática, o casamento. Mas eu já falei tanto sobre casamento nos meus posts que achei que não valia a pena ser repetitiva. Além do mais, depois do meu casamento eu sei tanto e tão pouco sobre casamento.. que preferi ficar mais uma vez só de espectadora dos escritos do pessoal.
No fim das contas, os posts que mais me chamaram a atenção foram os do pessoal que nunca se casou.. principalmente sobre suas fantasias sobre o que é estar casado e sobre seus desejos do que seja. Sobre as arriscadas de “como fazer um casamento dar certo” ou sobre os questionamentos do tipo “será que esta instituição tem mesmo jeito?”.
O que eu percebo, principalmente por ele ter sido a temática escolhida dentre tantas outras boas, é que casamento ainda mexe muito com a cabeça das pessoas. Com os casados, os descasados e os solteiros. Veja bem, você mesmo, diga a verdade, volta e meia, tenha você a idade que tiver, acaba por se pegar falando de casamento com alguém, mesmo que seja pra criticar.
O que eu me proponho a pensar, mas não consigo achar uma resposta concreta é: por que este é um assunto que permanece tão na superfície em nossos processos do dia-a-dia? Em nossas conversas de botequim ou rodas de chimarrão? Por que o pessoal do Postagem Temática escolheu o tema pra desenrolar?
Poderia ser pelo valor social que o casamento tem, poderia ser pela implicação na vida das pessoas (seja dos pais ou amigos casados, seja do seu próprio casamento, seja da sua preocupação em se casar). Mas não. Eu acho que isso fica assim tão na beira por que é a maneira mais concisa de se falar em solidão, em fusão, em vida a dois, em construção. A maneira mais rápida de se trazer à tona temas como desilusões, descrença ou os seus opostos. Pode-se abarcar um sem-número de assuntos, sentimentos e fantasias com esta única palavra: o casamento.
Qual a minha opinião? Eu já fui casada.. já pude comprovar várias das teorias descritas pelo pessoal e pude refutar outras, provavelmente não por que estejam incorretas, mas por que cada vivência é única. Como eu disse, eu não sei por que todo mundo tem essa mania de casamento, mas mesmo que seja para pensar tristemente e com suspiros de modo “ah, eu não sirvo pra isto”, este é um assunto absoluto. Eu não sei se um dia volto a me casar. Acho que eu espero que sim, mas ao mesmo tempo espero que até lá a instituição do casamento já seja vista com outros olhos, ou talvez somente com os olhos que sempre deveria ter sido vista. O que eu sei é que quando e se eu casar, eu quero que seja uma coisa natural como é natural ter uma família e laços de sangue. Embora eu saiba que é tudo verdade, não quero ouvir falar de esforços, de separações, de seguidas em frente. Só de ciclos, os ciclos das coisas naturais em família e das relações humanas.

Este post faz parte do projeto Postagem Temática pelo BlogSintonizados

domingo, 30 de maio de 2010

Para todos que esperam o que eu não sou

Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão
Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês
Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor
Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e de viés

E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor
Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock’n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz

E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus
O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal

Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim

Caetano Veloso - O Quereres

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Nostalgia

Gente.. alguém lembra dessa menina aí?
Cara, Felicity marcou uma era inteira na minha vida.. me fez refletir sobre várias questões de tantas maneiras..
que conforme minha vida foi se transformando e eu fui me transformando.. acabei tomando-a como exemplo  e cortando as madeixas como ela.
Esse era o cabelão da menina no incício da série.. o meu, na época que cortei, batia lá na cintura. E eu ainda me lembro muito bem da sensação ao sair do cabeleireiro.. com o cabelo mínimo, contrariando a todos que diziam que aquilo era um grande erro.
Eu estive revisitando o meu blog antigo hoje, o anônimo, antes de eu dar a cara a tapa com este aqui e reli sobre a sensação.
Aqui vai o tal post:
Postado por Felicity em 03/02/2005 04:05

A new version of me
Can you become
Can you become
A new version of you
New wallpaper
New shoe leather
A new way home
I don’t remember
New version of you
I need a new version of me

Uma nova versão de mim. Foi o que eu disse para o cabeleireiro: eu sou uma pessoa diferente. Estou me transformando em alguma coisa que eu ainda não sei o que é; fase de transição, mas, não sou mais a mesma.
Os longos cabelos cacheados agora curtos, pescoço de fora e me sinto muito mais feminina.
Os cachos alegres e dançantes, livres, se movimentam e eu sou uma nova pessoa.
O físico adaptou-se ao psicológico e eu não posso explicar o que é isso.. ser nova.
Depois de falar sem parar descobrir o tesouro do silêncio.
Depois de tomar atitudes impensadas descobrir a oportunidade e a estratégia.
Amadurecimento. Resistência. Silêncio. Equilíbrio. Atitude. Enfrentar. Aproveitar. Esperar. Básica. Eclética. DESpré-conceito. Compreensão. Flexibilidade. Coragem. Não-julgar. Não-criticar. Ser eu. Me mostrar. Estilo próprio. “Fazer” me gostar. Buscar. Questionar. Observar. Ouvir.
Uma nova versão de mim.

Coisinhas de adolescente...
eu vejo pelo anônimo, a liberdade que se tem quando ninguém sabe quem tu é. Tu pode escrever "me sinto muito mais feminina" sem se preocupar com o que vão pensar de ti. rs..
Bom, este foi um post bem inútil.. mas foi só pra marcar pra mim mesma (já que eu voltei a escrever pra mim, haha) o quanto as coisas já se reconfiguraram tantas vezes.. e quantas vezes eu já virei a mesa - me rebelando com os cabelos, ou não.

sábado, 15 de maio de 2010

Permissão Concedida.

Eu vi “Tá rindo do quê?” hoje, um filme com o Adam Sandler. Já fazia um tempo que um filme não me batia tão fundo. Este me deu bem no meio. Não tem morte nem nada, mas em diversos momentos eu estive a beira das lágrimas.
Eu tenho sido uma boa adulta. Tenho cumprido todas as responsabilidades, mesmo depois de noites mal dormidas ou de brigas familiares. Eu digo bom dia toda vez pro motorista mal humorado e grosso que me carrega todas as manhãs. Eu finjo sorrisos e prestar atenção nas coisas que me dizem. É irônico que, neste momento em que eu estou tão confortavelmente convencida da miserabilidade humana, que eu estou tão perto de Gaiarsa e sua idéia de que a humanidade é inviável, seja também justamente o momento em que estou sendo mais responsável com meu papel social, justamente o momento em que estou fazendo mais coisas pelas pessoas e as compreendendo mais.
Eu não sei a que nível exatamente vai esta compreensão, ou mesmo se ela é verdadeira. Mas eu compreendi meu pai nas coisas horríveis que ele me disse ontem e compreendi meu ex nas besteiras fatais que ele cometeu. Isso provavelmente tenha me custado a fé nos relacionamentos interpessoais, provavelmente tenha me levado a este estado, mesmo que temporário, em que eu acredito que não se pode culpá-las, pois as coisas são como são e as pessoas e relações são exatamente assim.
Eu não gostaria que esse fosse um blog de desabafo, na verdade, quando eu o criei eu não estava preocupada com o que ele seria mas, depois de um tempo, eu cai nas armadilhas do reconhecimento. Eu queria que as pessoas gostassem do que liam, assim como inúmeras vezes eu me pego chateada quando não gostam de mim. Bem, eu vou abrir uma exceção pelo menos por aqui. As circunstâncias da minha vida atual são tais, que eu já tenho espaços específicos suficientes para me preocupar com o que os outros pensam. Já completei com máximo primor, pelo menos considerando o meu modo de ser, os espaços de obrigação com estas preocupações. Chega disto então, aqui eu vou me permitir novamente ser chata.

domingo, 9 de maio de 2010

Eu e minha mãe

mamãe querida..
tu que achas que não te ouço.. que somos tão diferentes.. estás tão enganada!!
Tantas coisas, dia após dia, que são tuas eu reconheço em mim!
Tanta fibra, tanta força pra dar a volta por cima
tanto molejo pra lidar com algumas pessoinhas difíceis..
tanta facilidade pra rir da vida
tanta personalidade pra dizer os nãos necessários
o choro que vem tão fácil
o perdão que sempre chega, mesmo quando não queremos
tanta coisa que queremos desta vida
o tanto que não nos conformamos com o medíocre
o quanto acreditamos nos outros, na família, no futuro, na vida
o quanto nos decepcionamos.. mas sem nos endurecermos, sem perdermos a ternura..
eu te ouço tão forte dentro de mim mãe, que tu nem sabe!!
Dentre todos os papéis que tu desempenha tão maestralmente..
parabéns por este que pra mim é tão crucial.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O impasse da leveza 2

A leveza de fato existe?
Discursando e pensando sobre o assunto eu chego a conclusão que não.
A própria "leveza" carrega o seu peso. Existe diversão, ilusão, existem momentos; mas a leveza, de fato, não existe. Nós, ou pelo menos eu, estou infinitamente fadada a ser reflexiva, neurótica, pesada.
Tudo está no seu lugar.

"Because we are still inocent..."

PS: desculpe pela decepção Adriana e Julianne.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O impasse da leveza

Tenho escrito pouco. Tanto aqui quanto no meu, sempre presente, caderno de anotações.
Tenho vivido muito mais e minhas conversas têm sido leves, risonhas e, em seus aspectos mais sérios, produtivas. Não é mais tão difícil lidar com a leveza, oh Deus, sim! Eu estou apaixonada pela leveza! A velha e pesada Tainá está experimentando um mundo todo novo de possibilidades radiantes, está enxergando um horizonte mais amplo e tem se levado muito pouco a sério. A si e aos acontecimentos.
Opa? Alguma coisa errada? É tão ruim não levar-se a sério? Aí é que está!
Na falta de termo melhor cabe este para falar sobre o desapego ao excesso de obsessão, de paranóia, de expectativa, de exigência. O problema é: como explicar este momento aos outros sem correr o risco de parecer, em lugar de leve, leviana?
Como dizer que abrir-se a possibilidades não é acabar com os critérios?
Que levar os acontecimentos de forma leve não é, na verdade, desconsiderá-los?
Primeiro impasse da leveza.

sábado, 1 de maio de 2010

Presente!

Como eu estou lisongeadíssima, como ele escreve bem pra caraleo e eu tenho que recomendar e como eu adorei o texto que acompanha aí está!

http://contagens.blogspot.com/2010/04/terra-girou-para-nos-acostumar.html

o Rafa fez uma postagem com uma foto minha! Inpiradíssimo!

Valeu Rafa, tomo isso como um presente!