sábado, 15 de maio de 2010

Permissão Concedida.

Eu vi “Tá rindo do quê?” hoje, um filme com o Adam Sandler. Já fazia um tempo que um filme não me batia tão fundo. Este me deu bem no meio. Não tem morte nem nada, mas em diversos momentos eu estive a beira das lágrimas.
Eu tenho sido uma boa adulta. Tenho cumprido todas as responsabilidades, mesmo depois de noites mal dormidas ou de brigas familiares. Eu digo bom dia toda vez pro motorista mal humorado e grosso que me carrega todas as manhãs. Eu finjo sorrisos e prestar atenção nas coisas que me dizem. É irônico que, neste momento em que eu estou tão confortavelmente convencida da miserabilidade humana, que eu estou tão perto de Gaiarsa e sua idéia de que a humanidade é inviável, seja também justamente o momento em que estou sendo mais responsável com meu papel social, justamente o momento em que estou fazendo mais coisas pelas pessoas e as compreendendo mais.
Eu não sei a que nível exatamente vai esta compreensão, ou mesmo se ela é verdadeira. Mas eu compreendi meu pai nas coisas horríveis que ele me disse ontem e compreendi meu ex nas besteiras fatais que ele cometeu. Isso provavelmente tenha me custado a fé nos relacionamentos interpessoais, provavelmente tenha me levado a este estado, mesmo que temporário, em que eu acredito que não se pode culpá-las, pois as coisas são como são e as pessoas e relações são exatamente assim.
Eu não gostaria que esse fosse um blog de desabafo, na verdade, quando eu o criei eu não estava preocupada com o que ele seria mas, depois de um tempo, eu cai nas armadilhas do reconhecimento. Eu queria que as pessoas gostassem do que liam, assim como inúmeras vezes eu me pego chateada quando não gostam de mim. Bem, eu vou abrir uma exceção pelo menos por aqui. As circunstâncias da minha vida atual são tais, que eu já tenho espaços específicos suficientes para me preocupar com o que os outros pensam. Já completei com máximo primor, pelo menos considerando o meu modo de ser, os espaços de obrigação com estas preocupações. Chega disto então, aqui eu vou me permitir novamente ser chata.

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