segunda-feira, 26 de abril de 2010

Point of no return

Vooou compartilhar algo com vocês.
Eu estou juntando dinheiro para fazer um mochilão. Considerando que não é nada demais, já que serão no máximo 15 dias (o tempo que tenho de férias do estágio), poderia chamar de “mochilinha”, mas pra mim é mochilão.
Pra mim já é ‘ão’ desde o começo. Desde o fato de, eu, uma imediatista de carteirinha, estar juntando uma parte quase inexistente do meu salário miserável de estagiária para viajar. Vai ser minha primeira viagem deste tipo e os planos na minha mente sempre foram de ir sozinha. Tenho encontrado resistências nesse sentido, inclusive de um dos principais inspiradores, o Samuel, que fez isso nas férias passadas, mas em 60 dias. Ele diz que é bem bacana que se tenha uma companhia pros inevitáveis momentos de aperto, mas a pergunta é: quem?
Eu não vou lá pra passar bem. Pelo contrário, quero ir pra ficar enfiada no meio do povo, abrigada no hostel mais barato e comendo a comida mais típica. Ele me indicou Salta em Buenos Aires.. mas eu ainda considero a Colômbia ou alguns outros lugares na América do Sul. Isso, na verdade, é quase o de menos – é algo que se pode ajustar.
Eu vinha com essa idéia há muito tempo e agora isso ficou mais forte e mais possível. Me desejem sorte! E se alguém for boa companhia e tiver espírito aventureiro, que venha comigo!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sobre amor, cerveja e rejeição

As noites porto alegrenses são uma dança de pares confusos em seus papéis.
Você escuta propostas
Toca alguém
Se sente tocado
Se apaixona
Mas só até a manhã seguinte
Alguém te reclama a rejeição
Alguém não entende o que está fazendo ali
Alguém se sente mal
Alguém se sente muito bem

Todas as experiências são passíveis de análise.
E essa não é uma frase minha, e sim de uma senhora na sua “3ª” idade, no grupo de terapia que eu acompanhei. Ela não gostava de ouvir, a princípio. Achava muito chato ter de escutar todas aquelas bobagens alheias. Até que ela percebeu que o simples ouvir realmente não era interessante. Ela passou a associar as coisas com os seus acontecimentos pessoais, e daí o grupo mudou de cor.
A minha experiência é passível de análise – e eu parar pra fazer isso faz com que ela seja rica, interessante e cheia de cor. Se todo mundo pudesse aprender o bem que isso faz...
Se todo mundo como a dona L. pudesse aprender o quanto é bom ouvir
O quanto é bom conhecer o outro...

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Eu sou a raposa



E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho.
Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o princípe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa.
Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar ?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa.
Significa criar laços...
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos.

E eu não tenho necessidade de ti.

E tu não tens necessidade de mim.
Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo... Mas a raposa voltou a sua idéia:
 Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.
E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então será maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo... 


A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!
Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.
Mas tu não a deves esquecer.
"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".

terça-feira, 6 de abril de 2010

Retomando

Bom, eu vou escrever sobre o acontecido através de passagens que eu mesma anotei há um tempo atrás. Sim, há alguns meses eu já tinha ponderado sobre isto, mas eu resolvi dar a cara à tapa. Resultado? Nas palavras do grande filósofo Mc Marcinho (ou seria Serginho? sei lá) - crééééu!
A primeira passagem diz o seguinte: "a infidelidade não está no sexo, mas na desonestidade e no segredo do ato". Pois é, até onde eu sei (e nem quero saber além disto), eu não fui traída "de fato" - não fui? Fui sim, se eu considerar - e eu considero - que a infidelidade esteja na intenção, no segredo, na desonestidade. Em janeiro eu já tinha passado por esta situação, mas dae a gente confunde o que é "de fato" e pelo bem, pelo mal, resolve não se posicionar nem tomar atitudes. Resolve acreditar. A esperança é uma coisa incrível. Eu entendo por que ela leva as pessoas tão longe.
A segunda passagem é: "a palavra namorador quer dizer "um amante do homem", "amante do sexo masculino", ou seja, ele não é capaz de amar ninguém a não ser a si próprio". Muito justo. A começar, geralmente os ditos namoradores não se bancam. A impressão que fica é que perderam (ou nunca tiveram) um falo, e então estão a procura desenfreada de encontrá-lo e num teatro incessante de parecer tê-lo. Para que pareça que tu tem um falo não basta uma fêmea só em volta de ti. E dessa preocupação com o falo perdido ou tomado resulta também o egocentrismo - a atenção está tão voltada para o falo, que não consegue se voltar para o objeto - ou seja, para uma outra pessoa.
Por fim, a citação final: "ela primeiro negava: não pode ser verdade. Depois: é lógico que devo estar com problemas, estou desconfiava à toa, estou louca. Depois veio a fase da culpa: "fui bem comportada? Esforçada? Uma boa menina? Será que fui boa mulher?" E então passam passam para a terceira fase: a do perdão. Perdoado e absolvido, ele pode voltar a fazer arte".
Essa é sem dúvida a passagem mais importante. Ok, eu estou me expondo, mas eu escrevo por que é parte da minha terapia, e eu escrevo por que gosto de compartilhar as coisas e acho que posso ajudar alguém além de me ajudar com isso. Meninas e meninos: não se prendam na primeira fase - vivam! Mas também não caiam na cilada da segunda. Vocês foram sim pessoas especiais e dedicadas o suficiente e, mesmo que não fossem, isso não é justificativa pro mau caratismo (essa palavra existe?) de alguém. Se resolverem passar para a terceira fase e perdoar não façam isso por pena ou por punição de si mesmos. Banquem suas opções, sustentem quem vocês são e sigam em frente (com ou sem o seu objeto de amor) carregando o que vocês têm de melho. Uma coisa é certa, de uma situação assim não se sai vazio, mas se sai cheio. Cheio de aprendizados, de momentos e de amor - que vocês poderão oferecer a quem souber merecer, a quem "tiver falo" e a quem não carregue segredos.
Boas aventuras, paixões e amores! O mesmo pra mim!

PS1: as passagens são da escritora e psicóloga Maria Cristina Friedrichs Manfro

PS2: depois que eu acabei de escrever este post me ligaram avisando que o tio do Filipe, noivo da minha melhor amiga, foi assassinado no sábado em uma tentativa de assalto logo depois que saiu do casamento. Os noivos iam atrás do carro dele e minha amiga, que é da área da saúde, prestou socorro ainda vestida de noiva, mas não adiantava mais. Que mundo é este meu Deus? Ninguém se respeita mais... quanta tristeza.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Seguindo em frente!

e vc acha q a sua mudança foi para melhor?
 tipo... vc não era mais feliz antes?
 não se divertia mais?
Tay diz:
 nao
 nao era
 com certeza foi p melhor
 me sinto mto melhor e mto mais eu agora
 posso estar com alguem e ser eu mesma.. e nao precisar ficar com varios fingindo ser varias q eu nao sou

Essa conversa foi agora há pouco. Isso foi o que ficou de aprendizado. Eu posso ser eu mesma. Isso e os momentos bons, que não serão esquecidos, e as pessoas maravilhosas que conheci, que não serão esquecidas.
Não me arrependo de nenhum segundo sequer vivido. Nem do quanto me doei. Nem do quanto me doeu.
Estou satisfeita comigo mesma. Estou calma. Estou tranquila.
Posso seguir em frente.