terça-feira, 6 de abril de 2010

Retomando

Bom, eu vou escrever sobre o acontecido através de passagens que eu mesma anotei há um tempo atrás. Sim, há alguns meses eu já tinha ponderado sobre isto, mas eu resolvi dar a cara à tapa. Resultado? Nas palavras do grande filósofo Mc Marcinho (ou seria Serginho? sei lá) - crééééu!
A primeira passagem diz o seguinte: "a infidelidade não está no sexo, mas na desonestidade e no segredo do ato". Pois é, até onde eu sei (e nem quero saber além disto), eu não fui traída "de fato" - não fui? Fui sim, se eu considerar - e eu considero - que a infidelidade esteja na intenção, no segredo, na desonestidade. Em janeiro eu já tinha passado por esta situação, mas dae a gente confunde o que é "de fato" e pelo bem, pelo mal, resolve não se posicionar nem tomar atitudes. Resolve acreditar. A esperança é uma coisa incrível. Eu entendo por que ela leva as pessoas tão longe.
A segunda passagem é: "a palavra namorador quer dizer "um amante do homem", "amante do sexo masculino", ou seja, ele não é capaz de amar ninguém a não ser a si próprio". Muito justo. A começar, geralmente os ditos namoradores não se bancam. A impressão que fica é que perderam (ou nunca tiveram) um falo, e então estão a procura desenfreada de encontrá-lo e num teatro incessante de parecer tê-lo. Para que pareça que tu tem um falo não basta uma fêmea só em volta de ti. E dessa preocupação com o falo perdido ou tomado resulta também o egocentrismo - a atenção está tão voltada para o falo, que não consegue se voltar para o objeto - ou seja, para uma outra pessoa.
Por fim, a citação final: "ela primeiro negava: não pode ser verdade. Depois: é lógico que devo estar com problemas, estou desconfiava à toa, estou louca. Depois veio a fase da culpa: "fui bem comportada? Esforçada? Uma boa menina? Será que fui boa mulher?" E então passam passam para a terceira fase: a do perdão. Perdoado e absolvido, ele pode voltar a fazer arte".
Essa é sem dúvida a passagem mais importante. Ok, eu estou me expondo, mas eu escrevo por que é parte da minha terapia, e eu escrevo por que gosto de compartilhar as coisas e acho que posso ajudar alguém além de me ajudar com isso. Meninas e meninos: não se prendam na primeira fase - vivam! Mas também não caiam na cilada da segunda. Vocês foram sim pessoas especiais e dedicadas o suficiente e, mesmo que não fossem, isso não é justificativa pro mau caratismo (essa palavra existe?) de alguém. Se resolverem passar para a terceira fase e perdoar não façam isso por pena ou por punição de si mesmos. Banquem suas opções, sustentem quem vocês são e sigam em frente (com ou sem o seu objeto de amor) carregando o que vocês têm de melho. Uma coisa é certa, de uma situação assim não se sai vazio, mas se sai cheio. Cheio de aprendizados, de momentos e de amor - que vocês poderão oferecer a quem souber merecer, a quem "tiver falo" e a quem não carregue segredos.
Boas aventuras, paixões e amores! O mesmo pra mim!

PS1: as passagens são da escritora e psicóloga Maria Cristina Friedrichs Manfro

PS2: depois que eu acabei de escrever este post me ligaram avisando que o tio do Filipe, noivo da minha melhor amiga, foi assassinado no sábado em uma tentativa de assalto logo depois que saiu do casamento. Os noivos iam atrás do carro dele e minha amiga, que é da área da saúde, prestou socorro ainda vestida de noiva, mas não adiantava mais. Que mundo é este meu Deus? Ninguém se respeita mais... quanta tristeza.

Um comentário:

Anônimo disse...

"A impressão que fica é que perderam (ou nunca tiveram) um falo, e então estão a procura desenfreada de encontrá-lo e num teatro incessante de parecer tê-lo. Para que pareça que tu tem um falo não basta uma fêmea só em volta de ti. E dessa preocupação com o falo perdido ou tomado resulta também o egocentrismo - a atenção está tão voltada para o falo, que não consegue se voltar para o objeto - ou seja, para uma outra pessoa."

Daqueles trechos para guardar n'algum canto privilegiado da mente.

Eu invejaria tua maturidade, se a admiração não fosse maior. Bola pra frente! =)