quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Só deixo meu coração na mão de quem pode



Só deixo meu coração
Na mão de quem pode
Fazer da minha alma
Suporte pr’uma vida insinuante

Insinuante
Anti-tudo que não possa ser
Bossa-nova hardcore
Bossa-nova nota dez

Quero dizer
Eu tô pra tudo nesse mundo
Então
Só vou deixar meu coração
A alma do meu corpo
Na mão de quem pode

Na mão de quem pode e absorve
Todo céu
Qualquer inferno

Inspiração
De mutação
Da vagabunda intenção
De se jogar na dança absoluta
Da matança do que é tédio

Conformismo
Aceitação
Do fico aqui
Vou te levando
Nessa dança
Submundo pode tudo do amor

Porque não quero teu ciúme que é o cúmulo
Ciúme é acúmulo de dúvida, incerteza
De si mesmo
Projetado
Assim jogado
Como lama anti-erótica
Na cara do desejo mais
Intenso de ficar com a pessoa
E eu não tô à toa
Eu sou muito boa

Eu sou muito boa pra vida
Eu sou a vida oferecida como dança
E não quero te dar gelo
Jealous guy

Vê se aprende
Se desprende
Vem pra mim que sou esfinge do amor
Te sussurrando
Decifra-me (decifra-me)

Só deixo minha alma
Só deixo o coração
Só deixo minha alma
Na mão de quem pode

Só deixo minha alma
Só deixo meu coração
Na mão de quem ama solto

Eu vou dizendo
Que só deixo minha alma
Só deixo meu coracão
Na mão de quem pode
Fazer dele erótico suporte
Pra tudo que é ótimo fator vital

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Eu, caçador de mim

Chegou o dia de falar claramente e mansamente sobre tudo.

E falo por que tentei enviar um comentário que não sei se vai chegar, e por que meu coração pede. E uso este meio por que isso vai continuar aqui se algum dia quiser ser lido. Pensei, pensei, e esse parece ser o meio mais fácil e mais seguro.

Vai ser difícil falar mantendo as privacidades, mantendo o anonimato, principalmente pra quem me conhece e conhece minha historia. Mas eu não estou muito preocupada com isso por que o intuito é maior.

Um post hoje me fez colocar num lugar que talvez não seja meu. Mas que eu me coloco, por que me faz sentir bem. Existem mistérios na vida, muitos.. e a maioria deles não vai se desvendar nunca. É preciso maturidade pra aceitar isso, é preciso estrutura pra mais que aceitar conseguir ver de alguma forma que alguns deles realmente é melhor nem saber.

Eu quis mal a uma pessoa que me magoou por um tempo. Quis mal principalmente pelo mistério, pelo oculto, pelo não-dito. Culpar os iguais é sempre mais fácil que culpar a vida por que, em geral, a vida não responde e não está nem aí pros teus protestos. Mas o querer-mal passou. Quando eu me libertei de uma posição, de uma vida, de uma infelicidade; quando eu me reencontrei, encontrei meu centro, o meu equilíbrio, quando os dias voltaram a brilhar pra mim e quando eu voltei a ser feliz eu parei de querer mal. Tu conhece pessoas na vida que fazem tu te sentir tão grata que tu te sente envergonhada de querer mal a quem for.

E a vida, aquela que não estava nem aí.. tem sido muito generosa comigo, só por esporte. Fruto do meu trabalho também, com certeza. Fruto do caminho difícil que eu escolhi, de me colocar como errada, de assumir erros, de desconstruir tudo para refazer sobre bases consistentes, bases mais afins comigo, mas principalmente, bases verdadeiras.

Mas eu não estou aqui para falar de mim. A motivação do post é simples. Eu não te quero mal. Eu estou mansa. A vida me amansou.

O mistério permanece, mas quer saber? Eu esqueci dele, e eu não quero saber. Eu resolvi pensar o melhor. E ficar com as lembranças boas. Eu nunca vou esquecer os momentos bons dos 5 anos juntas e nem vou esquecer o apoio e carinho de tantas vezes. Eu vou ficar com o lado bom. E vou te desejar felicidade e sorte. Sempre.

Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu caçador de mim

Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim

Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo

Abrir o peito a força, numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura

Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
O que me faz sentir
Eu, caçador de mim

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

menina Blueand White (Postagem Temática)

Ela era azul nascida de uma concha azul.

Um dia cortou os cabelos azuis e saiu da concha. Apaixonou-se pela luz, um amor impossível, já que estar perto da luz queimava sua pele azul e olhar para luz fazia chorar seus olhos azuis. Os olhos azuis choravam então, dia após dia, e com suas lágrimas ela regou o mar de sua concha esquecida. A luz atravessou sua cor e a desbotou - ela não era mais azul – e agora a luz fazia parte dela. Pegou suas aquarelas, sua pérola e sua vontade e saiu pelo mundo a tirar fotografias de luz. A luz do sol poente, a luz do sol nascente, a luz do riso, a luz do choro, a luz do início e a luz do término do amor. Tirou fotos de todas as nuances até ficar bem velha e não ser mais azul nem anil, mas branca. Branca que era, com sua pérola perdida, suas aquarelas gastas e uma mala de fotografias, voltou à concha para poder ficar enfim próxima de seu grande amor. Rememorava através das fotos todos os momentos de luz que tinha presenciado protegida pela lente de sua câmera. Imaginava como seriam todos estes momentos sem a câmera com a luz caso esta não a ferisse tanto. Sem pérola e sem aquarela não chegou ao fim de seu álbum. Morreu antes, fotografias espalhadas pelo chão.


pela Postagem Temática - http://blogsintonizados.blogspot.com/

Tema desta sessão: Fotografia

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Do que estou aprendendo no meu tempo off..


A minha decisão de tempo off nada mais é que anonimato e reducionismo.

Explico: reducionismo. Sabe, o simples é o irredutível e o simples é o belo. Minhas fotos de orkut – 700. Quem tem tempo de ver 700 fotos? Nem eu mesma! Nem eu mesma posso ver e administrar as minhas 700 fotos.. então reduzi. A princípio pra 622. É um começo. Eu me apego as coisas de tempos, os jeans velhos puídos, as camisetas manchadas, os tênis falantes e principalmente as fotos. É difícil excluí-las. Mas dá saudade daquele tempo em que tuas férias se resumiam a 36 fotos de um filme da KODAK, que tu via com gosto, devagar, aproveitando cada nuance, lembrando de cada situação. Agora as situações todas cruas, todas as situações prontas em 800 fotos de umas férias de uma semana, e tu não precisa mais pensar. Lá se foi o imaginário.

O reducionismo dá tempo. Reduzi o número de horas no pc pra 2, e me sobraram chimarrões, leituras e desenhos. Sim! Desenhos! Depois da nova cadeira de técnicas de grupos e do re-contato com as cores eu voltei a desenhar. Comprei uma caixa de giz coloridos e estou pintando todo o meu dia-a-dia naquelas folhas em branco. Uma nova forma de me expressar.. gostosa.. o barulho do giz no papel – rec – rec – rec – rec.. e nenhuma regra. Não tem que ficar bonito. A árvore não tem que ter o caule marrom (a minha tem roxo e as folhas são vermelhas). Sem uniformização, sem professora me dizendo: “- não, não! O caule da árvore é marrom!”. O meu é roxo. Pronto.

E o anonimato. Eu não queria tocar nesse assunto aqui.. por que acho bem complicado mesmo e acho que a maioria não vai gostar, mas enfim. Anonimato é o seguinte: sabe aquela foto com o presente que tu ganhou de não-sei-quem? É isso. Ou melhor, é o não-isso.

É difícil também ficar no anonimato – ou melhor, é difícil se convencer que ‘hey’, você está no anonimato – a linha é tênue. Por exemplo: ter um blog é sair deste anonimato? Eu me lembro da época em que meu blog era anônimo. Eu escrevia primeiro para mim, nos meus cadernos. Depois fiz um blog anônimo, pra ter alguma resposta do mundo, um eco. Por fim eu me revelei. Mais um passo. Esta sou eu. Não consigo achar isso negativo, então procuro equilibrar e no meu íntimo eu sei o que é anonimato, é o seguinte: fazer as coisas por si, para si, e não para um público.

Enfim, tudo isto ainda é construção, mas está sendo ótimo. E é bom poder dividir a construção do meu mundo anônimo-histórico-social.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

peso

Poor Rafa.. teve que ouvir o meu desabafo.. tentar conter minha catarse.

Pirei. Pirei com essas coisas todas de Internet. Pirei com essa coisa toda de informação. Pirei com a velocidade. Quero o divórcio. Não dá? Claro que dá! Divórcio é fácil! Romper é fácil! Como assim não dá pra romper com essa coisa toda?

Sinceramente, não queria esse papinho todo, queria me ajustar. Esse papinho soa reacionário e eu não gosto de papo reacionário.. soa brega pacas. Soa brega aqui, nos MEUS ouvidos, nos MEUS olhos. Mas a gente tem que aprender a conviver com as nossas breguices.

É o seguinte: me sinto mercadoria. “Oh! Que grande novidade!”, okay, okay, sei que não é novidade o conceito.. mas é a primeira vez que me sinto assim. Só quem me conhece bem fundo pra saber que tamanha crise é essa. Me expressar sempre fez parte do meu EU. E agora o meu EU e a minha expressão são mercadorias. (não me censure, eu disse que é piração desde o princípio)

Derepente me deu nojo dos comentários, dos scraps, dos seguidores. Do “público”- “O amor oferecido ao público como um alimento ganhava peso e tornava-se um fardo. Só de pensar nisso curvava-se, por antecipação, sob este peso”. Não quero me submeter a isso, ao valor, ao público. Não dá? Como não dá? Eu quero o divórcio! Pronto!

Informação não é conhecimento. Como comentei pro Rafa, nós temos tudo, tudo em abundância. Especialmente informação. Mas não temos tempo! Tempo pra transformar a informação em conhecimento!

“Foi o tempo que passaste com tua rosa que fez dela especial”. Eu não tenho tempo.

Enfim. Não vou pedir o divórcio da Internet, mas vou “dar um tempo”.

Ficar meio off de MSN, orkut, e mesmo talvez do blog. Só não vou deixar de postar pelos Sintonizados, o que realmente me dá prazer e gera conhecimento pela interação.

Que coisa.. justo o post do twitter, que eu não postei, movimentou tudo isto em mim...

Estou de férias!!