segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Christmas

Com certeza toda essa correria de fim de ano é algo muito importante na vida das pessoas. Isso porque se essa época fosse “calma” como no decorrer dele o número de suicídios, no mínimo, dobraria. É praticamente impossível não ficar suscetível ao fenômeno “busca do sentido da vida” que essa época suscita. O balanço do ano e da vida, as luzes de natal.. o que eu fiz até agora? O que eu tenho feito? O que vou fazer? É preciso apenas que você pare pra tomar um café entre um trabalho e outro da faculdade para essas idéias te acometerem.

Eu sempre tive o costume de, uns dias antes da virada, fazer um balanço do ano que tive. Infelizmente por conta dessas inúmeras mudanças eu não faço idéia de onde minhas antigas agendas com os balanços do passado foram parar. Conseguir colocar no papel ‘as brigas que ganhei e que perdi’ definitivamente me motiva pro ano seguinte. Nessa lista também entram os sonhos e planos pro ano que vem, mas aqui entre nós, eu nunca voltei aos balanços anteriores para conferir se os planos do ano passado se concretizaram ou não. Talvez porque eu pense que fazer planos é mais importante no processo do que “definitivamente” concretizá-los. Talvez porque a maioria dos pontos positivos colocados na lista, como tudo na vida, estão classificadas como coisas “não planejadas”.

Como eu tenho postado pouco por aqui e como sempre preferi pecar pelo excesso do que pela falta (meus resumos que o digam!), já quero deixar meus desejos de feliz natal registrados. Eu espero de todo coração que vocês, povinho fiel que lê esse blog, tenham um fim de ano maravilhoso com a sua família e com as pessoas que amam (que são de fato, também, da nossa família né?). E que no fim de todas essas reflexões tenham plena certeza de que sua vida tem sim um sentido e que vocês estão sempre trabalhando em prol dele.

Boas Festas!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Le Petit Prince


Mari diz nos último post:

"quase 20 dias sem posta??"
Pois é.. agora são 37 dias sem postar..
Mas tudo tem uma explicação.. minha vida está muuuuuito corrida!!
Consegui o emprego (temporário, até porque minha passagem pra Fortaleza já está compradíssima, mas emprego) na RH.. e os trabalhos e provas de fim de semestre estão acabando comigo!!

Nesses últimos tempos nem final de semana eu tenho mais por causa da recepção "mara" que eu peguei pra ficar no sol de salto alto recebendo pessoas classe A de havainas que visitam casas decoradas valendo mais de 350 mil ¬¬'

Claro que tudo tem seu lado positivo.. além de a grana estar legal, trabalhar é um mantenedor da sanidade mental com certeza!! (claro que às vezes pode funcionar ao contrário.. mas não é meu caso..)

Então estando ocupadíssima dessa forma..
E vivendo uma vida muito mais real do que virtual.. o que eu estou afinal fazendo aqui??

A questão é que eu não poderia deixar de dedicar um post para a minha lindíssima nova tattoo!! \o/
Quem me conhece intimamente sabe do meu desejo antigo (uns 2 anos?? rs..) de fazer a tattoo do Petit Prince.. e agora este "sonho tornou-se realidade"..ahauahauaha

Então ae vai a foto da lindíssima.. (XD)

e também o trecho mais importante do livro do Pequeno Príncipe

E foi então que apareceu a raposa:
- Boa dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
- Que é um rito?
perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela é agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.