terça-feira, 23 de junho de 2009

os livros são rosas

Conversar e ler são, sem dúvida alguma, as duas coisas que eu mais gosto de fazer na vida. Conversar, conforme justifica Montaigne, é "o mais proveitoso e natural exercício de nosso espírito. Acho mais doce o seu uso que o de nenhuma outra ação de nossa vida". Ler, por que me leva pro mais próximo que possa estar do sentimento de liberdade, inocência e afeição. Que dor ao saber dos barbitúricos do Trujimán, que melancolia pela morte que Juan colheu, como que orquestrada pelo chirrin chirrión do diabo (quem lembra?), que tudo dá e tudo tira ao final. Mas também que alegrias pelos momentos mágicos de Ricardito, quantos olhares amorosos ao ler suas breguices e também, por que não, quantos momentos de excitação ao vê-lo narrar, milimetricamente, cada parte do corpo da peruanita, seu objeto de devoção.
Me peguei hoje, enfiada no trem, alisando carinhosamente as páginas deste livro, como já fiz com tantos outros e me obrigando a certas pausas tumultuadas para me recobrar da comoção de algumas passagens. É por isso que num dia frio e chuvoso como o de hoje, com a van da faculdade tendo me esquecido, eu chego em casa faminta e ensopada, mas totalmente feliz pelos momentos que passei na companhia do bom menino e da menina má nas 2 horas de percurso entre ônibus(s) e trem até meu apartamento.

ps: o livro referido no post é Travessuras da Menina Má, de Llosa, minha paixão atual.

Um comentário:

Vinicius disse...

Nossa, duas horas é muito tempo. Nessas horas é sempre bom ter um livro a tira colo.
Uma grande amiga minha, que hoje mora em Recife, leu um livro de mais de 500 páginas sobre epistemologia, só indo e vindo da faculdade. Aprendeu inglês da mesma forma. Outra ex colega minha, comentou que sempre deixa um livro dentro do carro, para momentos de espera no transito, em algum estacionamento e pausa do cotidiano.
Eu, bom, sempre os deixo na cabeceira da minha cama, eles embalam o meu sono!
beijos