quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Tanta fé - Postagem Temática

O meu post é uma construção a partir de vários outros do Sintonizados que postaram sobre fé e me fizeram pensar sobre. O Vinícius (do pensamentos avulsos), com a definição 50-50 que me fez parar pra pensar; a Gabi (do caos criativo), que nem postou sobre fé mas falou de amor, antigos amores, antigas fés no amor; a Mariana (do devaneios grátis), que "põe toda a fé" em uma rosa que me faz lembrar a minha rosa, a rosa do Pequeno Príncipe e tantas outras que ganhei ou não.

Eu encaro a fé como algo que vem pra aliviar a barra das pessoas. Quando algo tá muito muito ruim, a gente se apega no incerto por que o “certo” dá um medo danado. O que a gente tem por “acreditar piamente em algo” está mais pra crença, como o Vini explicou bem. Entretanto, como eu tomei gato por lebre e fé por crença quando pensei de cara na postagem, eu vou mantê-las como sinônimos, só como “licença poética”, okay?

A Gabi falou de fé no amor passado (2006?) e a Mariana falou de fé em um amor-rosa atual. Eu recuperei minha fé no amor. Por um bom tempo eu achei, como disse algumas vezes o DeMattos, que ele era de fato invenção da Globo, pelo menos o amor romântico do felizes para sempre das histórias infantis.

As historinhas são cretinas, elas nos fazem crer que na verdade não existe vida depois do juntos, o felizes para sempre está entre o imaginário e o nada, o inexistente. Não há vida para nenhuma princesa dos contos depois de encontrada-encontrar seu esperado príncipe. Das muitas rosas colhidas na minha vida, algumas se foram e outras não, e isso deixou a crença na vitalidade delas nas mãos do acaso, a efemeridade virou uma imposição.

O que se tem é um problema de ângulo e diagnose: a crença ou a fé é algo transcendente, que não pousa neste ou naquele conceito, algo 50-50, de possibilidades, de visão. A fé não termina com a falibilidade das fórmulas das rosas, mas ajuda justamente a enterrá-las para o começo de uma nova pesquisa, para a busca de uma nova fórmula.

E de tanta miudez do senso comum, não cabe tanto amor na nossa fé, nem tanta fé na nossa crença. Mas tudo cabe em nós.


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Essa postagem é um oferecimento do blog Sintonizados.

Os blogs citados estão nos links favoritados.

Sugestão para próxima postagem: cartas.

6 comentários:

gregtest disse...

A distinção técnica que normalmente é feita entre crença e fé na Filosofia Analítica é que crença seria um estado mental, um estado psicológico que representa alguma coisa (grosso modo: quem crê sempre crê que alguma coisa é o caso). Já a fé não seria uma crença, mas sim um modo de justificar nossas crenças em algo. O nosso palavreado é enganoso neste sentido porque costumamos empregar 'fé' quase como um sinônimo de 'crença':'Ele tem fé que vai dar certo' e 'Ele acredita que vai dar certo'.

Creio que isto seja uma 'armadilha gramatical', talvez algo que possa revelar características interessantes sobre como nos relacionamos com as palavras.

Há quem separe 'fé' de uma conotação religiosa, coisa que eu não faço. Pode ser por isso que eu não tenha compreendido bem teu texto, até porque pareceu que nele fé significaria uma aceitação de uma 'nova busca', algo que me soa paradoxal quando entendo 'fé' como um conceito bem próximo de um conceito como 'dogma'.

Mas, vou ler mais algumas vezes.

Vinicius disse...

Ficou bonitinho o teu post, assim como o novo layout do teu blog.
Achei bacana as amarragens que fez, nos citando e construindo o que você pensou sobre, mas foi o final que me ganhou por completo "Mas tudo cabe em nós".
Amén!

beijos

Anônimo disse...

Faço minhas, parte das palavras do Greg junto com as do Vini, espero que caiba também :)

Mariana disse...

Me fez repensar o meu próprio post.
Obrigada por isso!

Rafael Gloria disse...

bem legal a ideia!

só poderia ter esperado mais os outros posts
hehe

fer disse...

Tudo sempre cabe na gente. Levo isso pra mim