Chamou Luiza pra preencher os espaços dele. As coisas não funcionam como na sua cabeça, precisa ver pessoas, ver as outras pessoas, precisa ver afinal.
Matriculou-se em um grupo de matemática. Preferia arte, preferia meditação. Mas nada disso servia. Precisava ocupar a cabeça com não-paixões, não-expressões. Precisava não-pensar.
Todos os nãos que vieram com um único sim a punham maluca. Não via sentido, mas esforçava-se, sofregamente, para dançar conforme a música dos não-ser.
Em sua mente era tudo um equívoco de ocasião. O tempo - o tempo da insegurança - está todo ao contrário!
- Que grande brincadeira é essa? Não é hora da insegurança! Mais tarde.. quando eu estiver cansada dos teus hábitos, das tuas conversas; mais tarde quando os pequenos incômodos tornarem-se defeitos insuportáveis e teus interesses não me interessarem mais..
mais tarde, quando eu quiser dar voltas com outras pessoas e puder me interessar por elas,
quando eu quiser fugir de todo o costume..
essa é a hora pra me deixar insegura!
Algo diz que quando essa hora chega, não lhe impõem insegurança, não lhe pedem pra dançar, nem pra se ir..
quando a hora chega apertam mais forte, tudo sempre ao avesso.
Dança conforme a música. Dança e sussurra como confissão: "eu só quero que tu me ame".
Dança sem vingança e sem ódio, uma dança insossa e dissimulada.
Uma dança sem tino.
Aproveita devagar todo o sacrifício.. afia a alma masoquista.
O cheiro e o desejo.
O gosto e o desejo.
O som e o desejo.
A pele e o desejo.
Os pêlos e o desejo.
O desejo com os 5 sentidos.
E mais um cigarro aceso - e nojo.
E essa dança sem tino.
E as palavras sem lógica.
Um comentário:
Tay! Nossa, que texto mais cheio de sensações! Adorei. Sabes textualizar muito bem certos sentimentos...
Obrigada pela passadinha lá no meu blog. Gosto muito das tuas interpretações para os meus devaneios.
=D
Beijos!
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