quinta-feira, 5 de março de 2009

Cavalos Marinhos

Minha mãe sempre (“sempre”) fala as coisas com razão. “Tu ainda gosta dele”. É verdade. Eu oscilo entre pedir pra ele voltar e viver minha vida novamente com ele como sonhei tantas vezes. Às vezes acho que daria certo, às vezes acho que não. Às vezes eu lembro das dificuldades, eu relevo os problemas, eu assisto o passado e acho que o que me resta é começar vida nova. Definitivamente o mais difícil é abrir mão dos planos e sonhos. Saber que eles não vão mais acontecer. (“Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar, que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre, sempre acaba”?). O futuro me dá medo, mas me traz esperança. Liberdade. “O que fazer com essa tal liberdade”?). Ela diz com razão novamente: “Tu não deve se culpar mais, se redimiu pela verdade. Pode ter desrespeitado, mas falar a verdade também é sinal de respeito. Tu fez tua parte. Respeitou teu sentimento. Contou pelo sentimento. Acreditou pelo sentimento. Assumiu as coisas... que te perdoe quem puder”.
Ação e reação, a lei universal. Começar tudo denovo (denovo). Porque é a segunda vez que eu largo tudo ou que eu abro mão de tudo pelo que eu acredito. É difícil. Mas quem disse que seria fácil? Quem é que algum dia ouviu de alguém que a vida é fácil?
O mundo se abre pra mim. Possibilidades, cores.. vem tímidas, se achegando aos poucos, se mostrando pra mim. Possibilidades de começos, de recomeços, de reconciliação? Mesmo a reconciliação comigo mesma, com a parte de mim que andava afogada nessas mentiras há tanto tempo.
Eu ouvi de uma amiga importante: “Agora é tu. Agora eu te vejo, é a Tainá. Antes eu sabia que tu estava em algum lugar lá dentro.. via uma ponta ou outra do teu ser.. mas agora é tu. Inteiramente. Agora eu te vejo”.
O quão importante isto é para mim?
Inteiramente eu. Só eu. Só.
Querendo fugir de mim mesma, querendo me encontrar ou reencontrar o que se perdeu.
Volto faltando um pedaço de mim. Que ficou com outro alguém. Mas volto também com nova bagagem. Volto eu. Só eu. .

“De tarde quero descansar
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda está forte e vai
Ser bom subir nas pedras sei
Que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora...


Agora está tão longe ver
A linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos na mesma direção
Aonde está você agora, além de aqui, dentro de mim.

Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo o tempo todo
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua e se entregar é uma bobagem.

Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos
Lembra que o plano era ficarmos bem?
Bem...
Olha só o que eu achei
Cavalos marinhos.

5 comentários:

Nanda Lacerda disse...

Tudo vai dar certo
;)

Vinicius disse...

Fazia tempo que não passava aqui e me deparo com um ótimo texto seguido de uma ótima música.
Como não sei no que opinar, decidi falar da música. Depois que descobri que na verdade essa música é sobre esperança e reviravoltas da vida e não de tristeza profunda, prometi a mim mesmo avisar a todos os ouvites de Renato Russo, mesmo que alguns já saibam disso, outras não sabiam/sabem (como eu)
beijos

Antônio de Mattos disse...

you can do it!!

acretida em ti tainá que
tudo vai ficar bem.
=)

Mari disse...

Enfim, tu disseste tudo.
O mais importante é saber que tu sabes o que fazer. Fica bem!

someone disse...
Este comentário foi removido pelo autor.